Apoio a Chapa 5 porque acredito que ela ousa demonstrar como o movimento estudantil pode ultrapassar os muros da universidade e ajudar na construção de uma sociedade mais justa sem se submeter a nenhuma organização política. Acredito que ela pode ser capaz de recuperar a imagem do DCE da UFRGS e transformá-lo em um centro verdadeiramente democrático de participação, representação e atuação dos estudantes.
Pedro Txai Leal Brancher - Estudante de Relações Internacionais
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
sábado, 29 de outubro de 2011
Vídeo para além dos muros...
Vídeo de divulgação da chapa 5 - Para Além dos Muros - que concorre nas eleições 2011 do DCE UFRGS. Letra adaptada da melodia do funk "Morto muito louco":
É diferente vem com a gente,
Pela UFRGS popular
DCE pra além dos muros
Não vai ter ninguém parado!
Jogue o seu medo para trás
E faça algo novo
Construindo um DCE
Com o estudante e com o povo!
(refrão)
Parapara participar
Na chapa 5 eu vou votar e participar!
Éh!
É diferente vem com a gente,
Pela UFRGS popular
DCE pra além dos muros
Não vai ter ninguém parado!
Jogue o seu medo para trás
E faça algo novo
Construindo um DCE
Com o estudante e com o povo!
(refrão)
Parapara participar
Na chapa 5 eu vou votar e participar!
Éh!
Encontro na Ocupação 20 de novembro com o MNLM
Ontem rolou a conversa com o Movimento Nacional de Luta pela Moradia. Fomos à Ocupação 20 de novembro, ao lado do Beira-Rio. Na área vivem e trabalham cerca de 20 famílias que tem a previsão de ser desalojadas até fevereiro de 2012 devido às construções da Copa do Mundo. Uma das iniciativas que foi destacada pelos integrantes do movimento presentes foi a Cooperativa do MNLM, que hoje trabalha com reciclagem, alimentação, serigrafia, gerando renda para o sustento das famílias. Além disso, na última Marcha da Reforma Urbana foram entregues 500 cadastros e há a previsão de 450 famílias serem assentadas na Restinga, graças à mobilização do movimento.
“Esse é um elemento novo”, disse Cristiano, militante do MNLM, sobre a nossa busca enquanto movimento estudantil de se aproximar mais dos movimentos sociais. Comentamos também quanto ainda a universidade é um espaço elitizado e seletivo. Ni, da coordenação municipal, colocou que além das cotas é preciso pensar em como acompanhar essas pessoas. Muitas vezes aqueles que entram na universidade graças às ações afirmativas acabam não conseguindo se integrar ao meio acadêmico. Terminamos nosso encontro com uma visita à área e aos locais de trabalho.
“Esse é um elemento novo”, disse Cristiano, militante do MNLM, sobre a nossa busca enquanto movimento estudantil de se aproximar mais dos movimentos sociais. Comentamos também quanto ainda a universidade é um espaço elitizado e seletivo. Ni, da coordenação municipal, colocou que além das cotas é preciso pensar em como acompanhar essas pessoas. Muitas vezes aqueles que entram na universidade graças às ações afirmativas acabam não conseguindo se integrar ao meio acadêmico. Terminamos nosso encontro com uma visita à área e aos locais de trabalho.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Oficina de Painéis e Visita ao MNLM
A oficina de painéis aconteceu ontem com sucesso no campus do centro! Mais uma vez a galera botou a mão na massa e produziu um material muito bonito, chamando a atenção de quem passava saindo de aula.
E hoje tem mais: às 18h vai rolar uma conversa com o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) na Ocupação Vinte de Novembro. O ponto de encontro pra quem estiver no centro: DAECA, Faculdade de Economia, às 17h (Av. João Pessoa, 52). Universidade popular construída a partir da vivência com movimentos sociais é Chapa 5.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Por que apoio a chapa 5?
Apoio a chapa 5 por ser exemplo de uma construção coletiva que ousa pautar propostas para além dos muros desta Universidade, por uma UFRGS pública e popular de fato. Para além da disputa em tempos de eleições, construir um movimento estudantil é ter a coragem para transformar nosso espaço cotidiano em espaço de luta por uma nova sociedade, construindo novas relações, e uma nova educação que seja libertadora, que nos liberte de tantos muros que nos entravam... A todas e todos da chapa 5, que vem pautando e construindo historicamente a Universidade que queremos, continuemos na ousadia da luta!
Tanise Medeiros - Estudante de História
Tanise Medeiros - Estudante de História
Por que apoio a chapa 5?
E tem eleição no Diretório Central dos Estudantes. Agitam-se os espaços universitários e virtuais: cartazes de todas as cores, discursos de todas as formas. Pela primeira vez nestes meus cinco anos de Úrgues escolho apoiar e construir uma chapa diferente da que, hoje e na maioria dos anos anteriores, gere o DCE. Pela primeira vez em cinco anos sinto que algo verdadeiramente novo precisa ser construído no movimento estudantil desta universidade. [...] (leia o texto completo aqui)
Felipe Martini - Estudante de Comunicação Social (Jornalismo)
Felipe Martini - Estudante de Comunicação Social (Jornalismo)
Por que apoio a chapa 5?
Apoio a chapa 5 por considera-la a terceira via entre a velha polarização chapa de esquerda X de direita das eleições dos últimos anos. Na UFRGS desde 2006, foi com tristeza que acompanhei o esvaziamento do DCE: acredito que deva ser ocupado por estudantes que lutem pela melhoria da vida acadêmica e vivam para ela.
A teoria é irrelevante sem a prática. Por isso voto nesses colegas, atuantes na universidade, em seus DAs, projetos de extensão e que realmente acreditam em uma universidade que contemple a diversidade sociocultural de seus alunos e esteja mais próxima da sociedade que a sustenta.
Ana Carolina Farias - Estudante de Comunicação Social (Jornalismo)
A teoria é irrelevante sem a prática. Por isso voto nesses colegas, atuantes na universidade, em seus DAs, projetos de extensão e que realmente acreditam em uma universidade que contemple a diversidade sociocultural de seus alunos e esteja mais próxima da sociedade que a sustenta.
Ana Carolina Farias - Estudante de Comunicação Social (Jornalismo)
Oficina discute gênero e feminismo no IFCH
Ontem aconteceu a oficina sobre gênero e feminismo em frente ao IFCH velho no Campus do Vale. Vários colegas que estavam por perto ao ver a roda de discussão se formar se "aprochegaram".
Começamos a nossa conversa com o comercial veiculado pela marca de lingerie "Hope" com a modelo Gisele Bundchen (http://www.youtube.com/watch?v=X3CI3f3pZ2Y). E então foram feitas algumas perguntas: o que sentem ao ver o vídeo? Quais os papéis nele implícitos? Como a mulher e o homem nele são retratados?
A partir dessas provocações feitas pela mediação da oficina, @s presentes se engajaram numa discussão sobre qual a diferença entre gênero e sexo, quais são os papéis sociais desempenhados por homens e mulheres numa sociedade machista, quais as opressões que enfrentamos (simbólicas e físicas). Diversos depoimentos pessoais rolaram. No final, falou-se em como combater o machismo e que feminismo defendemos para que essas relações desiguais sejam transformadas: uma luta diária e pedagógica que envolva homens e mulheres. Finalizamos com várias cantorias e muitas palmas. Tod@s estão de parabéns!
"Pra mudar a sociedade do jeito que a gente quer, participando sem medo de ser mulher...
Porque a vitória vai ser nossa com certeza, participando sem medo de ser mulher"
Por que apoio a chapa 5?
Eu apoio a chapa 5 porque eu acredito que essa é única chapa que pode mostrar pro pessoal da UFRGS como a política estudantil pode ser muito melhor, mais séria e atuante do que ela é atualmente.
Pedro Capra - Estudante de Comunicação Social (Publicidade e Propaganda)
Pedro Capra - Estudante de Comunicação Social (Publicidade e Propaganda)
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Por que apoio a chapa 5?
Eu apoio a Chapa 5 para o DCE da UFRGS! Sei que os componentes da chapa são pessoas que querem ir além e eu também! Para além dos muros, para além do que já existe e não deve mais existir ou para o que deve existir e não existe ainda...Para além!
Ana Paula Arnold - Estudante de Dança
Ana Paula Arnold - Estudante de Dança
terça-feira, 25 de outubro de 2011
The Wall no mato!
Pessoal, infelizmente tivemos que adiar a festa em função da chuva que deixou o Mato mais com cara de pântano que qualquer coisa e também porque o Vale está sem luz e não há previsão de retorno para a noite, o que pode inclusive levar ao cancelamento das aulas de hoje. Em breve divulgamos a nova data.
Onde tu esconde teu preconceito?
No dia de ontem um assunto tomou conta da rede social Facebook: a discriminação de gênero contida numa charge supostamente feita pela chapa 5 – Para Além dos Muros. A esse respeito, divulgamos uma nota pública ainda na manhã em que o material começou a circular salientando que “dita charge foi uma manifestação individual, não tendo qualquer relação com as idéias defendidas coletivamente pelo grupo. Tão logo fomos informados da charge, solicitamos a retirada de sua veiculação na rede pelo indivíduo, por discordar peremptoriamente de seu conteúdo e rechaçar qualquer veiculação direta ou indireta com o material”. (leia a nota na íntegra no nosso perfil)
Todavia, as repercussões do ocorrido nos trouxeram importantes reflexões que compartilhamos com tod@s. Ainda que as intenções do autor da charge possam ter sido a de uma crítica a uma prática infelizmente recorrente no movimento estudantil, a maneira de expressá-la reproduziu aspectos discriminatórios presentes no senso-comum. Nossa chapa busca superar cotidianamente a discriminação, inclusive quando ela se apresenta entre os nossos integrantes. A nossa nominata é formada na sua maioria por mulheres, que possuem uma trajetória ativa e reconhecida no movimento feminista. Boa parte de noss@s integrantes estiveram presentes na construção dos três Encontros de Mulheres da UFRGS, nas manifestações do 8 de março, e em diversos espaços de discussão de gênero no meio universitário e fora dele.
A partir dessa vivência, entendemos que a consciência das pessoas (seja de gênero, de classe, racial ou de livre orientação sexual) não surge do dia para a noite, mas é fruto de um processo de reflexão, ação e reinterpretação de práticas. Ao toparmos a empreitada de montar uma chapa diferente, que não estivesse limitada aos moldes usuais do movimento estudantil, buscamos agregar também os estudantes que até então não participavam dele. Ao fazer isso, reconhecemos o desafio de engajá-los nas atividades sem fazer deles meros expectadores, pois defendemos um movimento participativo e inclusivo. O episódio da charge de ontem somente reforça nossa posição de que a ação coletiva é uma espécie de escola: os equívocos devem ser sim repreendidos, mas como forma de amadurecimento do grupo, uma vez que pode haver ritmos diferentes, mas estamos juntos e nosso objetivo é o que nos une.
O exemplo de ontem deve ser pedagógico. Esperamos que o ocorrido sirva como motivador de reflexão não só para as práticas do autor da charge, mas de tod@s estudantes da nossa Universidade. Melhor do que ignorar ou negar as contradições é tentar superá-las através do diálogo, reflexão e ação. Por acreditar que o machismo não é um problema de uma pessoa ou de uma chapa, queremos convidar tod@s @s estudantes a participar da Roda de Discussão Aberta sobre Gênero e Feminismo, que rolará nessa quarta-feira, às 15h na entrada do Campus do Vale. Essa é a nossa forma de fazer campanha.
Oficina e painel na ESEF
Ontem o dia foi de muito trabalho! Nem a chuva assustou o pessoal da Chapa 5. A galera se juntou no campus Olímpico pra continuar a produção de materiais, e especialmente pra fazer um bonito painel de fotos com as nossas ações ao longo dos últimos anos. Afinal, quem tá construindo a Chapa 5 já teve organizando um monte de atividades legais como os Encontros de Mulheres da UFRGS, as Jornadas Culturais, os Estádios Interdisciplinares de Vivência, o Seminário de Universidade Popular, a Campanha pelo Substituição dos Copos Plásticos no RU, os Seminários de Movimentos Sociais, enfim... muita coisa entre os muros e para além deles...
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Por que ser feminista hoje?
Atualmente, muit@s acreditam não ser mais necessária a defesa do feminismo enquanto bandeira política, pois as mulheres já teriam conquistado a desejada igualdade em relação aos homens. Afinal, não temos agora uma mulher ocupando o cargo executivo mais alto da esfera política brasileira? Elas já não são maioria na universidade e trabalham fora de casa? O que mais falta?
Vivemos numa conjuntura onde sem dúvida diversas conquistas foram alcançadas, como o direito ao voto, o direito a estudar, a descriminalização do adultério, a Lei Maria da Penha. No entanto, o fato de que estas mudanças aconteceram não significa que outras não são igualmente necessárias de ocorrer. Ainda hoje, por exemplo, as mulheres recebem menos que os homens pelo mesmo trabalho executado. Isso, por acaso, é igualdade?
O feminismo nasce com a modernidade, sendo marco histórico a luta das sufragistas durante a Revolução Francesa. As sufragistas defendiam o voto universal e, no caso dos Estados Unidos, eram fortemente ligadas com os abolicionistas. Apontavam a contradição existente entre uma sociedade que reivindicava direitos políticos universais, enquanto excluía as mulheres de qualquer forma de participação política. A partir daí o feminismo, ou melhor, os feminismos se desenvolveram em diversas correntes: socialista, liberal, conservadora, negro, lésbico, incorporando a discussão da família, da sexualidade, da autonomia, do corpo, do trabalho.
É importante colocar que a materialização das conquistas alcançadas pela luta histórica d@s feministas em direitos reais depende de vários fatores. Mulheres negras da periferia e mulheres brancas de classe alta são retratos completamente distintos de um dado momento histórico. O “direito a ter direitos” possui, ainda e infelizmente, limitações. Como escreve Saffioti (2000):
“A sociedade não comporta uma única contradição. Há três fundamentais, que devem ser consideradas: a de gênero, a de raça/etnia e a de classe. Com efeito, ao longo da história do patriarcado, este foi-se fundindo com o racismo e, posteriormente, com o capitalismo, regime no qual desabrocharam, na sua plenitude, as classes sociais.”
Ou seja, as relações de gênero, raça/etnia, classe social e sexualidade perpassam a vida de cada ser humano e determinam suas condições objetivas e subjetivas de vida. No caso das mulheres, é necessário entender que a opressão de cada uma não está limitada ao papel de gênero e se desejamos de fato libertá-las é necessário levar em conta também esses outros papéis. E hoje o que os dados concretamente nos dizem sobre a condição de vida das mulheres?
Segundo o IPEA (2007), se por um lado as mulheres (brancas e negras) têm aumentado a sua participação no mercado de trabalho, elas seguem com maior representação no trabalho doméstico, na produção para consumo próprio e no trabalho não remunerado, mantendo a função de “cuidadoras” do lar e da prole em contraposição ao papel masculino de “provedores”. Entre as mulheres negras, sobretudo, encontramos as maiores proporções no trabalho doméstico, 21,4% (contra 12,1% entre as mulheres brancas e 0,8% entre os homens), e na produção para subsistência e trabalho não remunerado, 15,4%. Fato igualmente abalador é que seguimos campeões na violência contra a mulher. Uma em cada cinco brasileiras declara espontaneamente já ter sofrido algum tipo de violência por parte de um homem e, a cada 15 segundos, uma mulher é espancada por um homem no Brasil, sendo a maior parte das agressões feitas pelos seus próprios companheiros no ambiente doméstico. As mulheres, além disso, ainda são uma minoria dos cargos diretivos e a maioria na composição da parcela de pobres a nível mundial (70%).
Um dos grandes paradigmas enfrentados foi e segue sendo o de que pautar as relações de gênero e o feminismo é um fator de divisão entre homens e mulheres. Na verdade, incorporar a pauta feminista na discussão de um projeto de sociedade (e mais especificamente de universidade) é fortalecer a união, o respeito, a liberdade e a igualdade. Nesse sentido, o feminismo não deve ser encarado como algo que diz respeito somente às mulheres; nem deve ficar restrita a sua discussão em espaços específicos sobre gênero (exemplo: grupos temáticos, formações, coletivos de mulheres). Ainda que tais momentos sejam necessários, não devem servir de desculpa para que este não apareça em discussões ditas “gerais” sobre política e sociedade. Feminismo é uma luta ampla de homens e mulheres pela emancipação do ser humano e, portanto, deve ser diariamente pautado enquanto elemento subversivo e transformador do status quo.
Referência: SAFIOTTI, Heleith I. B. Quem tem medo dos esquemas patriarcais de pensamento? In: Crítica Marxista, 2000, n.11, p. 71-75. Disponível em: http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/04helei.pdf
sábado, 22 de outubro de 2011
Reflexão sobre o Movimento Estudantil
Ao observarmos o século passado, encontramos a presença do Movimento Estudantil (ME) nos principais acontecimentos históricos mundiais e nacionais. A história mostra o papel auxiliar do movimento estudantil no processo de transformação social ao polarizar (e, por vezes, radicalizar) tensões, demonstrando ser o ME o produto social e a expressão política das tensões latentes e difusas da sociedade. O modo como esta sociedade se divide em grupos políticos condicionará a forma como os estudantes se agrupam politicamente. Desta mesma forma, a divisão de classes presente fora da Universidade irá se refletir na heterogeneidade do movimento estudantil. Nós, defendemos a parte do o movimento estudantil que se posiciona ao lado dos trabalhadores na luta por uma sociedade melhor.
Hoje em dia, o ME sofre de deficiências que não são só suas. Temos de herança práticas geradas em um período onde a burocratização, o personalismo, a disputa de entidades como objetivo final, entre outras práticas foram internalizadas pela esquerda. As práticas dos movimentos costumam ser geradas pelas necessidades e condições que dado momento histórico impõe ou proporciona, o problema aqui é que estas permanecem durante certo tempo.
Uma das marcas que fica no movimento estudantil, e que reflete sua burocratização e afastamento do cotidiano dos estudantes em geral, é o fenômeno das unidades construídas em torno de bandeiras pontuais, que não contam com o respaldo da base dos estudantes. São bandeiras de luta muitas vezes, mas que garantem apenas uma coesão circunstancial e efêmera do ME, não colocando o estudante comum em movimento pela defesa de seus interesses, estudante que termina delegando aos seus representantes que façam política por ele.
Se temos como objetivo uma educação gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, precisamos que cada estudante se envolva neste processo de luta, para que o movimento tenha força e possa garantir vitórias. A precarização geral das universidades se expressa em cada curso, cada sala de aula. Logo, uma das tarefas do ME atualmente é voltar para a base dos estudantes, isso significa, valorizar mais as pautas vindas destes em detrimento das pautas inventadas pelas direções. Não, é claro, tomando-as como um fim em si mesmas, mas contextualizando política, histórica e economicamente, mostrando aos colegas que cada problema de seus cursos esta relacionado a questões sociais mais amplas.
Além disso, para que as ações do movimento estudantil não sejam descoladas de um movimento mais profundo de contestação social, é necessária uma leitura visceral da sociedade. Esta leitura só é possível com um ME que mantenha um pé dentro e outro fora da Universidade. Neste sentido, a luta na Universidade, que garanta um movimento estudantil aliado a classe trabalhadora, que garanta conquistas para os trabalhadores durante seu processo de qualificação no ensino superior e depois, é estratégica para a luta por uma outra sociedade.
Ações afirmativas. De onde sugiram? Para onde vamos?
O termo “afirmative actions” foi utilizado pela primeira vez pelo norte-americano John F. Kennedy, com o objetivo de garantir oportunidades iguais de seleção e de emprego à população, sem que fossem levados em conta raça, credo ou origem. Na verdade, o termo como atualmente conhecemos refere-se a uma política que tem como objetivo a participação ativa na sociedade de grupos historicamente excluídos, visando o rompimento de barreiras que impossibilitam o acesso desses grupos ao mercado de trabalho e ao Ensino Superior.
O trâmite da implantação de um sistema de cotas nas instituições de Ensino Superior no Brasil já completa 13 anos, sendo que há 10 anos a primeira instituição o implantou (com reavaliação planejada para o ano de 2012), tendo a UFRGS feito o seu primeiro Concurso Vestibular com tal sistema em 2008*. Hoje, são 160 instituições públicas brasileiras de Ensino Superior com algum tipo de ação afirmativa (330 mil cotistas, 110 mil deles afrodescendentes).
Na UnB (Universidade de Brasília), em 07 anos existem mais alunos auto-declarados negros do que a soma de todos os ingressantes ao longo de todo o século XX.
Na UnB (Universidade de Brasília), em 07 anos existem mais alunos auto-declarados negros do que a soma de todos os ingressantes ao longo de todo o século XX.
Por aqui, estamos completando 04 anos da implantação do Sistema de Cotas, e perde valor a discussão que permeava a sociedade sobre sua relevância, legitimidade e acerca da ameaça à tão badalada excelência acadêmica. Segundo pesquisa do Datafolha, 87% da população brasileira é a favor da implantação do sistema.
De acordo com a SAE, na UFRGS e evasão dos alunos indígenas é inferior a 10%. Na UnB, pesquisas demonstram diferenças irrelevantes no desempenho acadêmico entre cotistas e não cotistas, sendo que outras pesquisas corroboram com o achado, demonstrando que qualidade acadêmica não foi prejudicada e que o desempenho acadêmico dos cotistas não é inferior ao dos não cotistas.
A aprovação do Programa de Ações Afirmativas na UFRGS por reserva de vagas é uma conquista dos movimentos sociais, pela democratização do acesso ao ensino público superior. Antes da implantação do sistema de cotas, 80% dos ingressantes na UFRGS vinham de escolas particulares, que correspondem a somente 12% das escolas/matrículas do Ensino Médio. Atualmente, não presenciamos uma alteração no número de alunos inscritos para o Concurso Vestibular procedentes de escolas públicas, mas é notável a diferença da taxa de classificados.
Mesmo com suas limitações – não considerando renda ou condições de vida como ‘marcadores, por exemplo -, não se pode ignorar que são políticas de reconhecimento de que sim, somos diferentes e nessa falsa igualdade – que é defendida apenas quando vai a encontro dos interesses do capital - muitos teoricamente ‘iguais’ saem perdendo na corrida por educação e por uma oportunidade de transformação social com desenvolvimento socialmente referenciado, sendo a Universidade um local com dever de possibilitar o exercício pleno da democratização do acesso às minorias e o de romper a invisibilidade de que esses negros e indígenas foram vítimas ao longo da história.
Não basta a existência do acesso à vaga. É necessário que sejam dadas também ferramentas necessárias para que o aluno se mantenha cursando a graduação e para que esteja preparado para competir no mercado de trabalho.
É necessário o reforço nos programas de permanência, com envolvimento da comunidade acadêmica tanto na garantia de sua existência quanto na realização de um suporte adequado aos alunos com eventuais entraves de adaptação.
Na verdade, as ações afirmativas vão bem além da implantação de um sistema de cotas e da garantia da permanência desses alunos. Apenas quando o racismo acadêmico for vencido, com ações colocando sujeitos excluídos - mas portadores de diversos outros saberes – em posição de transmissores de conhecimento e não somente receptores estaremos próximos do objetivo da implantação de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.
*Recapitulando... O Concurso Vestibular 2008, além da opção pelo acesso universal (70% das vagas), apresentou a opção por reserva de 30% das vagas para aqueles que estudaram pelo menos metade do Ensino Fundamental e concluíram todo o Ensino Médio em Escola Pública, sendo que deste percentual, 15% estão destinados a estudantes autodeclarados negros. Para estudantes indígenas foram disponibilizadas 10 vagas, em diferentes cursos, com processo seletivo específico.
Por que defendemos a paridade?
Na UFRGS, presenciamos a cada eleição para a reitoria uma situação injustificável de sub-representação dos segmentos mais numerosos da universidade. Hoje, o peso dos votos segue uma proporcionalidade de 70% dos votos para os docentes, 15% para os técnico-administrativos e 15% para os estudantes. É necessário lembrar que essa desproporção se reproduz no cotidiano dos órgãos colegiados da universidade, onde a divisão 70/15/15 é a regra geral.
Se considerarmos que nossa comunidade acadêmica é composta por cerca de 27 mil estudantes de graduação e 10 mil pós-graduandos, 2 mil servidores e 2 mil professores, nos deparamos com uma iniqüidade manifesta: a cada votação de conselho, ou a cada eleição de reitor, um voto docente corresponde a mais de 5 votos de servidores e 74 votos de estudantes. A supervalorização da decisão dos professores em relação aos demais segmentos é reflexo de um preconceito arcaico e bacharelesco – típico de uma universidade construída sobre hierarquias. A defesa da atual configuração 70/15/15 se baseia em argumentos semelhantes aos utilizados pelas elites tradicionais contra o sufrágio universal, visto então como uma ilegítima intromissão do povo nas questões políticas.
Por isso, nós estudantes devemos exigir que seja obedecido o princípio da gestão democrática, assegurando a participação da comunidade universitária em todas as instâncias deliberativas. Assim, o reitor e o vice-reitor devem ser escolhidos mediante eleições diretas e secretas, com uma participação paritária de 33% dos votos para os docentes, 33% para os técnicos-administrativos e 33% para os estudantes, encerrando-se a utilização de instrumentos autoritários e lutando pela revogação imediata da Lei nº 9192/95 e pela retirada do parágrafo único do artigo 56 da LDB-9394/96. Em ambas, está explícita a intervenção do governo na forma de escolha dos dirigentes e na composição dos órgãos colegiados e deliberativos cujos critérios centralizam-se no MEC.
Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional.
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatuárias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.
As experiências de avanço nessa democratização estão surgindo recentemente no Brasil, como na Universidade Federal Fluminense que aprovou em sessão do Conselho Universitário uma medida para assegurar a proporção 33/33/33 nas eleições da Administração Central, no que vem se juntar à UFSC, UnB e outras. A paridade é um avanço mínimo, mas que a UFRGS permanece negando a seus servidores e estudantes, com base em um raciocínio retrógrado e antidemocrático. Convidamos a todos os servidores, estudantes e professores da UFRGS a refletir sobre essa situação e assumir como sua essa causa, para que enfim possamos dizer juntos: pela democracia na universidade, é #paridade33 !
Se considerarmos que nossa comunidade acadêmica é composta por cerca de 27 mil estudantes de graduação e 10 mil pós-graduandos, 2 mil servidores e 2 mil professores, nos deparamos com uma iniqüidade manifesta: a cada votação de conselho, ou a cada eleição de reitor, um voto docente corresponde a mais de 5 votos de servidores e 74 votos de estudantes. A supervalorização da decisão dos professores em relação aos demais segmentos é reflexo de um preconceito arcaico e bacharelesco – típico de uma universidade construída sobre hierarquias. A defesa da atual configuração 70/15/15 se baseia em argumentos semelhantes aos utilizados pelas elites tradicionais contra o sufrágio universal, visto então como uma ilegítima intromissão do povo nas questões políticas.
Por isso, nós estudantes devemos exigir que seja obedecido o princípio da gestão democrática, assegurando a participação da comunidade universitária em todas as instâncias deliberativas. Assim, o reitor e o vice-reitor devem ser escolhidos mediante eleições diretas e secretas, com uma participação paritária de 33% dos votos para os docentes, 33% para os técnicos-administrativos e 33% para os estudantes, encerrando-se a utilização de instrumentos autoritários e lutando pela revogação imediata da Lei nº 9192/95 e pela retirada do parágrafo único do artigo 56 da LDB-9394/96. Em ambas, está explícita a intervenção do governo na forma de escolha dos dirigentes e na composição dos órgãos colegiados e deliberativos cujos critérios centralizam-se no MEC.
Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional.
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatuárias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.
As experiências de avanço nessa democratização estão surgindo recentemente no Brasil, como na Universidade Federal Fluminense que aprovou em sessão do Conselho Universitário uma medida para assegurar a proporção 33/33/33 nas eleições da Administração Central, no que vem se juntar à UFSC, UnB e outras. A paridade é um avanço mínimo, mas que a UFRGS permanece negando a seus servidores e estudantes, com base em um raciocínio retrógrado e antidemocrático. Convidamos a todos os servidores, estudantes e professores da UFRGS a refletir sobre essa situação e assumir como sua essa causa, para que enfim possamos dizer juntos: pela democracia na universidade, é #paridade33 !
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Fique ligado! Tod@s pela #paridade33
Na manhã de hoje o Conselho Universitário (CONSUN) elegeu uma comissão responsável por preparar uma proposta de formato para as próximas eleições para Reitor da UFRGS. A mesma é composta paritariamente por 3 membros de cada segmento, mas infelizmente estes foram escolhidos pelo próprio CONSUN (atualmente composto por 70% de professores). Não temos dúvida que é um avanço esse assunto estar sendo debatido com antecedência, mas também que isso não é fruto do acaso, mas pressão dos estudantes e servidores que desde o início do ano estão engajados na campanha #paridade33 - que como o nome sugere, reivindica uma representação paritária de todos os segmentos (estudantes, servidores e professores) nas instâncias universitárias.
A comissão deve apresentar uma proposta a ser apreciada pelo CONSUN ainda esse ano. Longe de aguardar por uma discussão feita a portas fechadas, é o momento de nos organizarmos e mobilizar para garantir um projeto que amplie a democracia na nossa Universidade. Convidamos todas chapas e estudantes da UFRGS para que, mesmo com nossas diferenças, estejamos unidos nesse objetivo comum: para romper os muros que impedem a democracia na Universidade agora é #paridade33 !
A comissão deve apresentar uma proposta a ser apreciada pelo CONSUN ainda esse ano. Longe de aguardar por uma discussão feita a portas fechadas, é o momento de nos organizarmos e mobilizar para garantir um projeto que amplie a democracia na nossa Universidade. Convidamos todas chapas e estudantes da UFRGS para que, mesmo com nossas diferenças, estejamos unidos nesse objetivo comum: para romper os muros que impedem a democracia na Universidade agora é #paridade33 !
Por que apoio a chapa 5?
Com esse título vamos postando ao longo da campanha as mensagens de incentivo e apoio que temos recebido...
Agradecemos a Ana, das Sociais, pela primeira:
"Isto aí pessoal, parabéns pela iniciativa, me chamo Ana Laura Quadros, entrei nas Sociais em 2009 e pela PRIMEIRA vez me identifico com uma chapa que concorre ao DCE. Pra vocês, todo meu apoio! e podem contar comigo para divulgar a campanha de vocês.
Sucesso.
Ana"
Agradecemos a Ana, das Sociais, pela primeira:
"Isto aí pessoal, parabéns pela iniciativa, me chamo Ana Laura Quadros, entrei nas Sociais em 2009 e pela PRIMEIRA vez me identifico com uma chapa que concorre ao DCE. Pra vocês, todo meu apoio! e podem contar comigo para divulgar a campanha de vocês.
Sucesso.
Ana"
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Oficina de materiais na FACED
Na tarde hoje os integrantes e apoiadores da chapa 5, Para Além dos Muros, estiveram juntos em frente a FACED para a confecção dos cartazes da chapa. Para tal, utilizamos a técnica do stencil como molde para a pintura e o verso de cartazes antigos como matéria-prima. Quem passou por lá pode conferir que com animação e criatividade rompemos os muros e ninguém fica parado!
Conheça nossas propostas e seja mais um integrante desse movimento para romper os muros que nos afastam...
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Começa a campanha
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